O Sindicato dos Metalúrgicos de Canela e região vem a público esclarecer os fatos relativos à assembléia realizada em frente à empresa Famastil Taurus Ferramentas S/A, no dia 28 de junho:
- A referida atividade fazia parte da campanha salarial da Categoria e tinha como objetivo esclarecer os funcionários sobre o andamento das negociações, já que esta empresa condicionou qualquer melhoria substancial de salário, às negociações ocorridas em Porto Alegre, via Sindicato Patronal. A adesão dos trabalhadores foi maciça e o acesso à empresa foi garantido pela Brigada Militar, presente no local.
- Esta empresa tem um histórico de resistência em cumprir os direitos trabalhistas e em acatar as decisões dos trabalhadores definidas em assembléias. Em 1995 o Sindicato acionou judicialmente a empresa para que fosse cumprida a Convenção Coletiva de Trabalho. A partir de 2001, já com a nova Diretoria, o Sindicato denunciou aproximadamente dez vezes ao Ministério do Trabalho as irregularidades e as más condições de trabalho nesta empresa, sendo que duas foram junto ao Ministério Público do Trabalho. O MPT chegou a abrir um Inquérito Civil Público, que culminou em um Termo de Ajuste de Conduta, assinado pela empresa, para que ela se adequasse às exigências determinadas pela legislação e cumprisse as normas vigentes. Além destas denúncias, a Justiça do Trabalho tem sido o único meio encontrado por muitos trabalhadores para buscar seus direitos.
- É inaceitável que uma empresa que se diz preocupada com a democracia e o bem estar da comunidade pressione os seus funcionários a realizar um banco de horas, contrariando o que foi decidido em votação secreta e que fatura milhões de lucro ofereça somente 2% de reajuste aos trabalhadores.
-Contrariamente ao informado, de que a empresa vem efetuando contratações nos últimos 12 meses, neste mesmo período demitiu 58 trabalhadores, conforme rescisões realizadas junto ao Sindicato, sem considerar àquelas realizadas na própria empresa, para trabalhadores que tem menos de um ano de carteira assinada.
-A Convenção Coletiva assinada garante um auxílio-estudante no valor de um piso para todos os trabalhadores e também um auxílio profissionalizante determinando que as empresas metalúrgicas paguem a metade das mensalidades e o transporte, podendo elas deduzir tais despesas do seu Imposto de Renda.
-O Sindicato dos Metalúrgicos tem pautado sua conduta pelo respeito às decisões dos trabalhadores, como foi o caso da instalação do refeitório na empresa (exigência do MPT), mesmo discordando do valor R$ 1,99 (um real e noventa e nove centavos) por refeição, para quem ganha até R$ 900,00, foi assinado o acordo, cabe salientar que este mesmo almoço custa R$1,10 para os trabalhadores da Forjas Taurus em Porto Alegre, R$ 0,88 para os trabalhadores da Metalcan, e R$ 1,06 aos trabalhadores da Basim Máquinas de Canela, também dedutíveis de Imposto de Renda.
Portanto reiteramos nossa posição em defesa dos trabalhadores, denunciando que muitas empresas da região também têm estas mesmas práticas. Continuaremos nos manifestando, de forma pacífica, sempre que se fizer necessário.